segunda-feira, 27 de junho de 2011

Tempo de Confiança


“E disse-lhes Jesus: Onde está a vossa fé?” — (LUCAS, capítulo 8, versículo 25.)

A tempestade estabelecera a perturbação no ânimo dos discípulos mais fortes. Desorientados, ante a fúria dos elementos, socorrem-se de Jesus, em altos brados.

Atende-os o Mestre, mas pergunta depois:
- Onde está a vossa fé?

O quadro sugere ponderações de vasto alcance. A interrogação de Jesus indica claramente a necessidade de manutenção da confiança, quando tudo parece obscuro e perdido. Em tais circunstâncias, surge a ocasião da fé, no tempo que lhe é próprio.

Se há ensejo para trabalho e descanso, plantio e colheita, revelar-se-á igualmente a confiança na hora adequada.

Ninguém exercitará otimismo, quando todas as situações se conjugam para o bem-estar. É difícil demonstrar-se amizade nos momentos felizes.

Aguardem os discípulos, naturalmente, oportunidades de luta maior, em que necessitarão aplicar mais extensa e intensivamente os ensinos do Senhor. Sem isso, seria impossível aferir valores.

Na atualidade dolorosa, inúmeros companheiros invocam a cooperação direta do Cristo. E o socorro vem sempre, porque é infinita a misericórdia celestial, mas, vencida a dificuldade, esperem a indagação:

- Onde está a vossa fé?
E outros obstáculos sobrevirão, até que o discípulo aprenda a dominar-se, a educar-se e a vencer, serenamente, com as lições recebidas.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Barreiras

Que há sofrimentos, em toda parte do mundo, não há negar. Reflitamos, porém, nos sofrimentos criados por nós mesmos.

Aquele da solidão em que nos ilhamos, através de falsos conceitos, é um deles. E dos maiores.

Constrangedoras cercas mentais em que nos gradeamos, desertando da vida comum. Barreiras as mais diferentes.

Há os que se admitem demasiadamente envelhecidos na experiência física e se emparedam contra toda a espécie de renovação, como se a madureza não fosse o período áureo da reflexão, com as alegrias conscientizadas da vida.

Há os que vararam acidentes afetivos e entram em pessimismo sistemático, como se o amor, divina herança do Criador para todas as criaturas – devesse estar escravizado ao nível da incompreensão.

Há os que se declaram ludibriados pelo fracasso e se encasulam no desanimo, olvidando a construção da felicidade própria.

Há os que acreditam muito mais na doença que na saúde e se estiram em desalento, rendendo culto à suposta incapacidade.

Em todos os lugares, cercas de amarguras, desalento, tristeza, deserção. Entretanto, a vida igualmente, em toda parte, oferece a todos os seus filhos uma senha de progresso: - trabalho e participação.

Se te dispões a aprender e servir, ninguém pode avaliar o tesouro das oportunidades de elevação que te descerrará ao caminho.

Abençoa a disciplina que nos orienta o coração com diretrizes justas, mas não te prendas a limitações imaginárias que te separem da idéia de Deus e da grandeza da vida.

Quando te encontrares em dúvida, quanto à liberdade espiritual a que todos nos achamos destinados pelos princípios de evolução e aperfeiçoamento, olha para o Alto.

Toda a região que nomeamos por céu não é mais que uma saída gloriosa com milhões de portas abertas para a celeste ascensão.

Fonte: Rumo Certo

domingo, 5 de junho de 2011

Guardemos o Ensino


"Ponde vós estas palavras em vossos ouvidos." - Jesus. (LUCAS, 9:44.)

Muitos escutam a palavra do Cristo, entretanto, muito poucos são os que colocam a lição nos ouvidos.

Não se trata de registrar meros vocábulos e sim fixar apontamentos que devem palpitar no livro do coração. Não se reportava Jesus à letra morta, mas ao verbo criador.

Os círculos doutrinários do Cristianismo estão repletos de aprendizes que não sabem atender a esse apelo. Comparecem às atividades espirituais, sintonizando a mente com todas as inquietações inferiores, menos com o Espírito do Cristo. Dobram joelhos, repetem fórmulas verbalistas, concentram-se em si mesmos, todavia, no fundo, atuam em esfera distante do serviço justo.

A maioria não pretende ouvir o Senhor e, sim, falar ao Senhor, qual se Jesus desempenhasse simples função de pajem subordinado aos caprichos de cada um.

São alunos que procuram subverter a ordem escolar. Pronunciam longas orações, gritam protestos, alinhavam promessas que não podem cumprir.

Não estimam ensinamentos. Formulam imposições. E, à maneira de loucos, buscam agir em nome do Cristo.

Os resultados não se fazem esperar. O fracasso e a desilusão, a esterilidade e a dor vão chegando devagarinho, acordando a alma dormente para as realidades eternas. Não poucos se revoltam, desencantados.

Não se queixem, contudo, senão de si mesmos.

"Ponde minhas palavras em vossos ouvidos", disse Jesus.

O próprio vento possui uma direção. Teria, pois, o Divino Mestre transmitido alguma lição, ao acaso?

Fonte: Vinha de Luz